O retrato pintado e colorido pode ter seus primórdios nos retratos de Fayum - região da península itálica e do Mediterrâneo. São datados do século IV ao século II a.C. e foram criados para perpetuar a imagem de um ente falecido pertencente à nobreza. O registro das fotopinturas no Brasil, principalmente no Nordeste, data do início do século XX e já se estabelece com uma inovação: a técnica a pastel e a óleo transparente. Considerado um dos mais importantes artistas da fotopintura no Brasil, Mestre Júlio Santos começou no ofício ainda na adolescência, no Áureo Estúdio, de propriedade da sua família, em Fortaleza, no Ceará. Ao mesmo tempo em que trabalhava com a técnica “tradicional” da fotopintura, passou a colecionar imagens que guarda como um atestado da ação do tempo sobre retratos que gostaríamos de preservar para sempre. As fotopinturas da coleção particular do mestre Júlio Santos que estão na 14ª Bienal Naïfs do Brasil foram recolhidas durantes as últimas cinco décadas e têm origem em Estúdios como o de Hermógenes (década de 1950), Walter Dantas, Áureo Estúdio, Benjamin Angert e José Maria Aroeira, todos da década de 1950, além dos Estúdios Arnaldo Leão (década de 1960) e Murilo Teixeira (década de 1970). Possuem formatos entre 18 cm x 24 cm, 24 cm x 30 cm e 30 cm x 40 cm. Algumas imagens, pela forma espontânea do colecionismo ligado à fotopintura, não possuem identificação detalhada.
Diógenes Moura